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Durante os últimos anos venho trabalhando em exposições com intervenções em espaços construídos. Ao trazer à luz a matéria adormecida ou simplesmente desnudar os espaços,faço com que o espaço e a matéria se tornem conceitos em minha obra,trazendo a memória dos lugares onde as obras foram instauradas. Como aluna especial de Seminário Sobre Temas Selecionados I do Mestrado em Artes Visuais da Escola De Belas Artes,pude elaborar um processo criativo tendo como objetivo o entrelaçamento matéria conceito na pesquisa em arte com inserções teórico-prática que resultou na exposição coletiva "CASA 401". Foi com este mesmo objetivo que para o projeto desta exposição trabalhei o resgate da memória e pensei em Pancetti. Pancetti foi morador da casa 401,e nele deixou suas pinturas nas paredes e portas. Tinha como proposta descascar uma destas paredes e trazer à luz a pintura que adormecia sob um véu de cal. Por não ser possível a realização imediata deste projeto devido à problemas que repousam na burocracia de documentação junto ao IPHAN,(por se tratar de um patrimônio tombado.) e isto requerer uma demanda maior de tempo,resolví criar uma outra obra que fosse um símbolo de continuidade de um pensamento coerente com a minha ação de artista. Considerando que a casa é matéria,utilizo malha de ferro,usada nas construções de paredes,como matéria e conceito da obra. |
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Sob esta óptica,a malha de ferro permite a segurança e estabilidade ao mesmo tempo que guarda e protege.O orifício por onde escorre o azul de Pancetti denuncia e se transforma em continuidade sinalizando uma possível evolução deste processo onde os balões de gássão a expressão máxima de leveza e liberdade,através deles os nossos desejos e sonhos alcançam o céu de Salvador como ferramentas tranformadoras e de reflexão.
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Mili Genestreti
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