--Jayme Fygura, assim mesmo, “com y, para diferenciar”, artista plástico e vocalista da banda The Farpa.. |
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Jayme, 47 anos, baiano de Salvador, pai de família, +
Revela o desejo de gravar um CD, O Bafo de Onça, numa crítica à poluição que toma conta do mundo. Morando na Ladeira do Carmo, diz que o Pelourinho é o seu ponto de partida, seu “casulo”. Dormindo num caixão, confessa que gosta da sensação de, ao levantar, se sentir revivido. + |
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+ +A indumentária preta, feita de sucata, principalmente couro e alumínio, é, segundo ele, uma resposta às pessoas. De louco, Jayme tem um pouco. ----Mas quem não tem? + + + + + |
P - De que falam as suas canções? |
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+ jaime fygura
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/////--------Eu queria trabalhar só em cima da música, da arte. Eu não queria que, ao falar do meu trabalho, isso tivesse que implicar idade, bens, se o cara tem sangue vermelho ou azul. |
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P - E as suas máscaras? R - O que uso não são máscaras. São roupas, numa evolução dentro da visão do povo. Sendo que foram eles que provocaram a imagem. As pessoas. As positivas. Não estou falando das que se assustam. |
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Na minha casa eu gosto de dormir num caixão, porque eu me sinto bem, me sinto confortável. É um relaxamento especial. Quando você acorda, você percebe que está saindo de um caixão e que você reviveu. |
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-----///Eu gosto de praia limpa. Não gosto de cinema. Só gostaria se tocassem rock'n'roll. Tipo quando colocaram no Liceu, uma vez, um filme do U2. Só que lascaram as cadeiras todas. Acho que deveriam fazer um cinema só para shows, com as cadeiras todas de pedra, grudadas no chão, com umas grades na frente do cinema. Aí, pode rolar rock'n'roll, porque só tem quatro paredes, grade na frente e grades atrás... e revistar todo mundo antes de entrar. Quer dizer, o cinema vai se transformar num filme... -.......................................... Ultimamente, eu não tenho ouvido nada, para me entregar mais ao espírito da criação. Eu não estou usando artifícios para trabalhar. Bebida, curtição, só depois da criação. |
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P - Tem algum astro da música nacional ou mundial que te interesse? R - Deixa eu ver aqui no meu cérebro. Até agora não vi ninguém, só eu mesmo (ri). Você gravou este pedaço? Eu estou brincando, eu não sou uma pessoa egocêntrica. Mas a verdade é que se não fosse eu, eu não estaria vivo. |
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P - Você não sente calor dentro destas roupas? R - Não, porque eu já me acostumei com a temperatura que eu criei. Porque eu controlei. Na época em que eu servi o Exército, eu aprendi muita coisa. P - Exército? De livre e espontânea vontade? R - Foi. Eu sempre quis ver de perto aquelas coisas que eu via nos desenhos. As armas (gargalha). Aí, eu peguei nos fuzis, nas metralhadoras, naqueles negócios grandes... batoneiras... betoneiras... Só que os modelos que eles me apresentavam eram coisas antigas, do tempo de D. Pedro I. Coisa velha, de quartel velho, entendeu? Tudo enferrujado, tudo cheio de poeira. |
texto: fragmentos da matéria publicada no jornal A TArde em 29/04/1998
- Fauna urbana: Figura beleza por Iza Calbo
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